segunda-feira, 22 de julho de 2013

ELIAS E OS PROFETAS DE BAAL – I Rs 18.36-40


Hoje veremos um dos embates mais espetaculares registrados nas Escrituras Sagradas: o confronto entre a mentira e a verdade, entre o falso e o verdadeiro, entre Baal e Deus. E isto aconteceu em uma competição entre Elias e os “profetas” de Baal no monte Carmelo (1Rs 18:19). Assim como Elias foi chamado para mostrar que o Deus de Israel é o verdadeiro Deus, todos nós que pertencemos ao novo concerto fomos chamados a defender o evangelho de Cristo contra distorções e desvio doutrinário, e para afirmarmos que somente Jesus Cristo é o “Caminho, a Verdade e a Vida, e que ninguém vai ao Pai, senão por Ele”(João 14:6), e que “há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem”(1Tm 2:5).
 I. CONFRONTANDO OS FALSOS DEUSES
 A diferença entre o Deus Criador de todas as coisas, e os falsos deuses é tremendamente gritante. Primeiro, porque Deus é vivo e eterno, criador de todas as coisas – Jeremias 10.10 diz “Mas o Senhor é o Deus verdadeiro; ele é o Deus vivo; o rei eterno”. Segundo, os falsos deuses, são apenas imaginação e invenção do homem sem Deus. Logo eles não podem interagir com seus seguidores. Uma das características fundamentais de Deus, que o difere dos falsos deuses, é o fato de Ele sempre procurar se comunicar com suas criaturas. Vemos isso claramente no caso de Elias e os profetas de Baal. Enquanto os seguidores de Baal clamaram desde a manhã até o meio-dia, dizendo: Ah Baal, responde-nos! Porém não houve voz; ninguém respondeu. E saltavam em volta do altar que tinham feito. Sucedeu que, ao meio-dia, Elias zombava deles, dizendo: Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; talvez esteja dormindo, e necessite de que o acordem. Já Elias não precisou clamar muito para obter a resposta. Elias se chegou, e disse: Senhor, Deus de Abraão, de Isaque, e de Israel, seja manifestado hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme a tua palavra tenho feito todas estas coisas.  Responde-me, ó Senhor, responde-me para que este povo conheça que tu, ó Senhor, és Deus, e que tu fizeste voltar o seu coração.  Então caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego“(1Rs 18:36-38).
1. Conhecendo o falso deus Baal. Era o deus supremo dos cananeus. A palavra Baal significa proprietário, marido ou senhor, isso demonstra que ele exercia controle e posse não somente sobre o lugar onde se encontrava, mas também sobre as pessoas que o adorava. Seus adoradores acreditavam que o ídolo fosse o responsável pela abundância da terra e pela fertilidade do ventre. Sendo o deus da fertilidade, seu culto era marcado pela crueldade e por uma devassidão que envergonharia até Sodoma e Gomorra. Em suas cerimônias havia sacrifícios de vítimas humanas, orgias e os mais inimagináveis desregramentos; e, logicamente, louvores a Baal.
 - O Moderno culto a Baal. O velho Baal continua o mesmo; tudo faz para induzir os santos à impureza. Seus profetas e adoradores também não mudaram. Vejamos, a seguir, alguns exemplos, como os seus cultos manifestam-se em nossos dias:
 a) Pornografia. Não são poucos os filhos de Deus que se acham arruinados espiritualmente em consequência de revistas, filmes, vídeos pornográficos, internet e a maioria das novelas.
O Senhor não atura tais coisas; são abomináveis aos seus olhos. Ele é Santo! E de seus filhos exige vida santa e irrepreensível – “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (1Pe 1:15; veja ainda: Lv 20:7; Ex 19:6).
 b) Sincretismo Religioso (mistura). Infelizmente, somos obrigados a mencionar os shows promovidos em nossos púlpitos. Cantores e artistas, dizendo-se evangélicos, mas flagrantemente divorciados da graça de Deus, além de nos roubarem todo o tempo da Palavra, introduzem elementos de rituais idolatras, arrastando nossos jovens para uma vida  descompromissada com Deus.
c) Infidelidade conjugal. Numa sociedade permissivista e erotizada como a nossa, o adultério não é visto mais como algo reprovável. É toleravelmente aceito; é socialmente incentivado; é legalmente ignorado. A Bíblia não mudou! Adultério é adultério. Pecado é pecado. Ainda que busquemos justificativas teológicas para tais comportamentos, a verdade bíblica não será alterada (Ex 20:14; Mt 5:28).
 2. Identificando a falsa divindade Aserá.  Aserá era uma falsa deusa Cananéia muito antiga. Uma inscrição suméria datando de 1750 a.C. se refere a ela como a deusa-mãe, esposa de El, o deus pai do panteão cananeu. Era também conhecida como Astarote ou Astarte, era uma deusa ligada à fertilidade humana e animal e também da colheita. Como o símbolo astrológico de Baal era o Sol, Aserá é frequentemente associada com a Lua, mas seu símbolo era o planeta Vênus.
Aserá foi à deusa de Tiro e de Sidom em épocas longínquas, ao menos desde 1200 a.C, e foi provavelmente uma esposa sidônia de Salomão quem a introduziu na corte deste rei de Israel. No reinado de Roboão, filho de Salomão, se adorava Aserá (1Rs 14:23); e isto persistiu em vários reinados de Judá (cf. 1Rs 15:13; 2Cr 15:16), num claro ato de sincretismo religioso, provocando à ira o Senhor Jeová.
 No reino do Norte, o rei Acabe de Israel se casou com Jezabel, filha de um rei da Sidônia, e o culto a Aserá e ao seu filho Baal foi estabelecido na corte.
 II. CONFRONTANDO OS FALSOS PROFETAS
1. Profetizavam sob encomenda. ‘Mas o que é espiritual discerne bem tudo… comparando as coisas espirituais com as espirituais’ (1Co 2.15,13). Aqueles profetas de Baal, sustentados pelo estado, tinham como propósito agradar o rei em tudo. Eram profetas sim, contudo, profetas de uma falsa divindade. Mas não nos é estranho encontrarmos profetas do Deus Único que em nada diferem daqueles que cercavam a mesa de Acabe. No dizer de Paulo, estes tais serão discernidos pelos espirituais! Nos dias de Jesus existiam ministros que ‘exteriormente pareciam justos aos homens’ (Mt 23.28). Mas interiormente eles estavam cheios de hipocrisia e iniquidade. Sua aparência era enganadora até que os verdadeiros motivos fossem expostos pela luz da Palavra viva de Deus. Jesus comparou seus corações ao solo ruim que produzia frutos pecaminosos (Mt 13.1-23; 15.17-20)”. Claro está que temos a obrigação de julgar os profetas pelos seus frutos, isto também fica claro nos escritos de Paulo e João (1Ts 5.21; 1Jo 4.1; 1Co 14.29).
2. Eram mais numerosos. O relato Bíblico afirma que os profetas de Baal eram 450, e os profetas de Aserá eram 400 (1Rs 18.19), ampla maioria se comparado ao único profeta de YAHWEH nesse desafio do monte Carmelo. Apesar dessa maioria numérica no Carmelo, estes oitocentos e cinquenta profetas ficaram confundidos e envergonhados, pois somente o Deus de Elias respondeu com fogo e dissipou toda dúvida do coração do povo (1Rs 18.38,39).
  III. CONFRONTANDO A FALSA ADORAÇÃO
O dicionário Aurélio define adoração como culto a uma divindade; culto, reverência e veneração. O mesmo dicionário define o verbo adorar como render culto a (divindade); reverenciar, venerar. As palavras que definem adoração, no Velho Testamento, significam ajoelhar-se, prostrar-se (#7812, Strongs), como em Êx 20.5. As palavras que definem adoração, no Novo Testamento, significam beijar a mão de alguém, para mostrar reverência; ajoelhar ou prostrar-se para mostrar culto ou submissão, respeito ou súplica (#4352, Strongs), como em Mt 4.10 e Jo 4.24. Adoração então é uma atitude de extremo respeito, inclusive ao divino, que se expressa com ações singulares de reverência e culto. Qual é a adoração que Deus realmente espera de nós?
 Elias pediu que o povo, os profetas de Baal e de Aserá se apresentassem num lugar determinado por ele. O povo se reuniu e Elias, sem medo, apresentou-se ao povo, exigindo dele uma definição resoluta – “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o e, se é Baal, segui-o” (1Rs 18:21). Apesar da grande demonstração do poder de Deus, numa seca que já durava três anos e seis meses, numa clara prova de que Baal não era deus algum, não detinha controle algum sobre a natureza, o povo ainda estava coxeando entre dois pensamentos, preferindo as benesses do poder oferecidas por Jezabel no culto a Baal, bem como as seduções deste culto, que era um culto sensual, depravado e repleto de tudo aquilo que agradava a natureza pecaminosa do homem. Dinheiro, prazer, posição social eram ofertados pelos baalins e, assim, muitos, apesar de todas as evidências do poder do Senhor, continuavam titubeantes e, neste duvidar, acabavam sendo arrastados para a idolatria.
Elias, então, reparou o altar, que estava quebrado, bem como pôs água abundante para que não houvesse qualquer dúvida de que era Deus quem iria operar. Este cuidado do profeta é um exemplo a seguirmos na atualidade: a operação de Deus é algo de que devemos ter certeza e convicção. Por isso, nada deve ser feito sem a devida preparação espiritual, a devida santificação (o reparo do altar), como também tudo deve ser feito às claras diante do povo, com transparência, decência e ordem (1Co 14:40). Quantos altares desmantelados na atualidade têm buscado o “fogo divino”! e, como Deus não opera em lugares assim, recorrem a subterfúgios, a astuciosos estratagemas para impressionar o povo. Entretanto, não nos iludamos, Deus não é Deus de confusão.
 Mas, além de ter reparado o altar e não deixado margem a qualquer dúvida, Elias fez uma oração. Elias não “determinou” coisa alguma a Deus, pois sua “determinação” era a disposição firme de servir a Deus, não qualquer exigência que devesse ser feita, como muitos iludidos atrevem-se a fazer em os nossos dias. Elias fez uma oração, um pedido a Deus, reconhecendo a Sua soberania, o Seu senhorio – “e que eu sou teu servo“(1Rs 18:36). Ele poderia chamar Deus de Senhor, porque havia experimentado o controle de Deus sobre todas as coisas: o corvo, a panela da viúva, a vida do filho da viúva. Relembrou ao povo, que o escutava, que Deus era o Deus do pacto feito com os patriarcas, o Deus que havia formado a nação de Israel e que ele, Elias, era tão somente um servo dEle. Mal acabou a oração, o Senhor consumiu tudo com o fogo e o povo não teve mais dúvida alguma: só o Senhor é Deus! (1Rs 18:36-39).
 IV. CONFRONTANDO O SINCRETISMO RELIGIOSO ESTATAL
 1. O perigo do sincretismo religioso. Sincretismo é a fusão de doutrinas de diversas origens, seja na esfera das crenças religiosas, seja nas filosóficas. Na história das religiões, o sincretismo é uma fusão de concepções religiosas diferentes, ou, a influência exercida por uma religião nas práticas de outra.
 O sincretismo que estava acontecendo em Israel tinha elementos altamente condenáveis, que de uma forma muito direta desobedecia e afrontava os padrões morais estabelecidos para o povo de Israel, como por exemplo, o culto sensual – aonde eram incluídas imoralidade sexual religiosa, tendo para isso prostitutas cultuais -, e da adoração a outros deuses.
Não há uma precisão da época em que começou o sincretismo entre os israelitas. Os registros bíblicos relacionam ao período da saída do povo de Israel do Egito e entrada na terra de Canaã. Israel viveu 430 anos sob o domínio egípcio e sob a influência de suas religiões. O povo egípcio sempre foi politeísta, adorava os deuses Rá (deus do sol), Toth (sabedoria, conhecimento, representante da Lua), Hórus (céu), Osiris (vida após a morte), Isis (amor, magia), Ged (terra), entre outros. Os filhos de Israel certamente se envolveram com estas divindades e seu culto, conforme comprova Josué: “Agora temam o Senhor e sirvam-no com integridade e fidelidade. Joguem fora os deuses que os seus antepassados adoraram além do Eufrates e no Egito, e sirvam ao Senhor” (Js 24:23).
 2. A resposta divina ao sincretismo. Seguir a falsos deuses é abandonar o Deus vivo e isto constitui em um terrível pecado, passível de punição. O texto sagrado diz que logo após o Senhor ter respondido com fogo a oração de Elias (1Rs 18:38), o profeta deu a seguinte instrução ao povo: “Lançai mão dos profetas de Baal, que nem um deles escape. Lançaram mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom e ali os matou” (1Rs 18:40). A decisão de Elias não foi tomada por sua própria conta, mas seguia a orientação divina dada pelo Senhor a Moisés: “Não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20:3); “O que sacrificar aos deuses e não só ao SENHOR será morto” (Ex 22:20).
 Hoje vemos florescer o sincretismo religioso nas igrejas ditas evangélicas, principalmente promovidas pelo segmento dito neopentecostalismo. Práticas pagãs são assimiladas nas igrejas para atrair as pessoas. Cerimônias e ritos totalmente estranhos à Palavra de Deus são introduzidos no culto para agradar o gosto dos adoradores. O sincretismo está na moda. Mas ele ainda continua provocando a ira de Deus!
 O culto a Deus é composto de proclamação da palavra, explicação da mesma, louvores ao Senhor, orações e intercessões e comunhão – “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1Co 14:26). Portanto, não há lugar para palhaçada e feitiçaria na igreja.

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