quarta-feira, 26 de agosto de 2015

6 passos para o novo nascimento

Nascer de novo é uma opção dada por Cristo, àqueles que querem recomeçar de maneira diferente

Nós seres humanos temos nossas próprias convicções, fundamentadas naquilo que vivenciamos e aprendemos no decorrer da nossa vida.
Quando temos uma opinião formada acerca de qualquer assunto, fica completamente difícil convencer-nos do contrário. O que fazer? Jesus nos orienta a nascer de novo. Porque nascer de novo? Nascer de novo é uma opção dada por Cristo, àqueles que querem recomeçar de maneira diferente. É o que podemos chamar de “segunda chance.” É abrir-se para uma nova visão, é estar disponível para conhecer e vivenciar tudo aquilo que Deus tem para nós. Conheça os 6 passos para o processo do novo nascimento. 
1.  Útero – Lugar de preparação: É o lugar onde sentimo-nos confortáveis e seguros, mas ao mesmo tempo estagnados. Por um dado momento sentimo-nos confortáveis, mas vamos crescendo e logo o espaço diminui. É um lugar temporário, lugar de preparação. E lá somos confrontados a tomarmos uma decisão: Ficamos ou saímos para viver um novo tempo. Não é uma decisão nada fácil, visto saber que enfrentaremos o desconhecido. E o desconhecido vem sempre acompanhado do MEDO.
2.   Cordão umbilical – Romper com o passado: Quando optamos por dar-nos uma chance de viver o novo, precisamos cortar o cordão umbilical.  O cordão umbilical é o elo entre o nosso passado e futuro. Saímos do conforto, mas temos um longo caminho à nossa frente e agora há em nós um misto sentimento de medo e esperança. É nos dada à oportunidade de construir uma nova história, para isso o elo precisa ser quebrado. Manter o cordão umbilical é viver o presente, focados no passado. Não haverá futuro, enquanto o nosso foco estiver no passado. Não importa quais situações foram vivenciadas, boas ou ruins elas já não existem mais e ainda que quiséssemos revivê-las, seria impossível. Passado é algo que existe apenas na nossa mente, quando olhamos para ele temos lembranças, quando olhamos para o futuro, esperança. É hora de cortar o cordão umbilical, romper com o passado e construir o nosso futuro.
3.   Nascer de novo – Nova chance: Agora chegamos ao momento mais importante, o pós-cordão umbilical e já que aceitamos viver o novo, precisamos fazer isso da maneira correta. É o momento de nos colocarmos na condição de aprendizes. Se anteriormente seguimos caminhos os quais geraram arrependimento, e que não nos levaram a lugar algum, precisamos ficar atentos, para que de maneira imperceptível, não venhamos repetir velhos padrões que consequentemente nos fará chegar aos mesmos lugares.
4.   Colo – Dependência total: Ao nascer de novo, nascemos bebê e todo bebê precisa de um adulto que lhe dê os devidos cuidados especiais. Essa é a fase mais difícil do novo nascimento, aprender a depender das outras pessoas. Se em momento anterior fomos soberbos, arrogantes e insuficientes, começamos a nossa nova vida descobrindo que durante toda a nossa trajetória de vida, precisaremos uns dos outros. A dependência ensina-nos a ser humildes. Quando aprendemos a ser humildes, a nossa visão muda, percebemos que nem todas as portas estavam trancadas, mas que simplesmente só enxergávamos as inacessíveis. Existiram portas abertas, pelas quais o nosso orgulho não permitiu que passássemos. Nascer de novo é começar de novo, se permitir depender de outras pessoas para nos ajudarem a passar pelas portas.Lembre-se: Ninguém nasce grande; o crescimento é um processo gradativo e natural do ser humano.
5.  Alimentação – Crescer ou morrer: Um bebê recém-nascido necessita de leite, se porventura se alimentar de algo mais forte, pode vir a óbito, seu estômago não está pronto para ingerir qualquer coisa. Um adulto precisa de uma alimentação balanceada e forte. Se um adulto se alimentar somente de leite, também pode vir a óbito, o leite poderá causar-lhe uma desnutrição. A alimentação faz parte do processo gradativo de crescimento do ser humano, sendo assim, vá com calma, coloque os pés no chão; sonhar faz bem, mas sonho é um alimento que não sustenta adulto. O que mantém o adulto é um alimento chamado realidade. O sonho é a sobremesa, ou seja, o complemento da refeição é a parte mais gostosa, no entanto, não dá para sobreviver só com a sobremesa, o nome já diz tudo SOBREmesa.
6. Caminhar -   Independência progressiva: Eprogressivamente vamos crescendo e aprendendo a ficar cada vez mais independentes. E como aprendemos? Observando, seguindo orientações dos mais experientes e exercitando. Imagine o processo de um bebê aprendendo a sentar, engatinhar, falar e caminhar. Será que um bebê consegue tudo isso sozinho? Claro que não. E podemos afirmar que não é um processo fácil, visto entender que muitas são as quedas. E sabe o que é mais difícil?Levantar e tentar novamente. Sabe qual é a vantagem de ser bebê? Tem sempre alguém do lado dizendo: Vá, levanta, você consegue. De outra forma, talvez nunca mais tentasse. Quando crescemos, não temos tanto privilégio, ao cairmos precisamos compreender que nem sempre encontraremos alguém para nos incentivar a prosseguir. E por conta disso, precisamos lembrar que não somos mais crianças e não podemos nos comportar como tal.

Nascer de novo dá-nos a oportunidade de aprender a crescer e a compreender todas as fases da nossa vida. É uma oportunidade dada a nós por Deus para recomeçarmos de maneira diferente e segura.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A raiz do problema

Jovens adultos abandonam a igreja porque não têm uma fé própria

A raiz do problema
As estatísticas são alardeadas todos os dias e apavoram os pais, líderes e educadores cristãos: cada vez mais jovens criados no Evangelho abandonam a igreja, sobretudo após a conclusão do ensino médio. Em números, seriam 94% (alguns dizem 86%) dos jovens evangélicos que saem para nunca mais voltar. Só isso já comprometeria, em termos aritméticos, a próxima geração de evangélicos. As razões alegadas são as mais diversas possíveis, e boa parte delas se deve ao assédio das atrações “do mundo”, às novas conquistas intelectuais que esvaziam a noção do sagrado e o secularismo exacerbado de nossos dias. O cerne da questão, todavia, é mais sutil, e nem sempre reconhecido pela própria igreja. Os jovens adultos que a abandonam, muitas vezes, não possuem uma fé verdadeira – uma fé própria – e um relacionamento com Cristo que seja profundamente importante para suas vidas pessoais, algo que fuja à mera pressão exercida por seus pais ou responsáveis nos primeiros anos de sua vida.
Quem se debruça com mais seriedade sobre o fenômeno descobre algumas verdades. Tais estatísticas, muitas vezes, são, com se diz, meras lendas urbanas – ou, pelo menos, expressam uma meia verdade. Nenhuma pesquisa, de fato, chegou a essa conclusão. É claro que a evasão existe, e deve gerar preocupações. A realidade é que existem desafios em relação a esse fato, mas pesquisas confiáveis mostram que a fé é bastante resistente de uma geração a outra, desde que seja genuína e pessoal. Há alguns anos, a LifeWay Research analisou a questão, observando algumas das coisas que ajudam os jovens a ficarem na igreja e a terem uma fé forte. O estudo queria saber o que é necessário para que um aluno permaneça seguindo a Cristo durante o ensino médio, a faculdade, a carreira e além. Observou-se a fé de alunos que frequentavam uma igreja protestante (tradicional ou renovada) duas vezes ao mês ou mais por, pelo menos, um ano durante o ensino médio. Mais tarde, cerca de 70% dos jovens com idade entre 18 e 22 anos pararam de frequentar a igreja regularmente por pelo menos um ano. Uma taxa de abandono da ordem de 70% – muito alta, por sinal.
Outras pesquisas e estudos entre jovens evangélicos, no entanto, indicam que o número é quase certamente muito menor. E é importante notar que quase dois terços daqueles que largaram a igreja ao longo do estudo voltaram para suas igrejas até o fim da pesquisa. Também perguntou-se a esses jovens por que eles abandonaram a igreja. Dos que saíram, cerca de 97% (quase todos, portanto) afirmaram que o motivo foram mudanças de vida ou algumas situações. Entre as razões mais específicas, destacaram-se:
•          Simplesmente, queriam “dar um tempo” da igreja (27%)
•          Mudaram de domicílio em função de estudos (25%)
•          O trabalho dificultou ou impossibilitou o comparecimento (23%)
Cinquenta e oito por cento dos jovens alegaram que saíram por causa de suas igrejas ou pastores. Um aprofundamento das perguntas indicou algumas causas mais específicas:
•          Os membros pareciam críticos e hipócritas (26%)
•          Não sentiam empatia pelas pessoas da igreja (20%)
•          Os membros não eram amigáveis e acolhedores (15%).
Dos pesquisados, 52% indicaram alguma espécie de crença religiosa, ética ou política como razão pela saída. Em outras palavras, mais da metade deles mudaram suas visões cristãs. Talvez, eles não acreditassem no que suas igrejas ensinavam, ou não davam crédito àquilo no que os outros membros pareciam acreditar.
Mais especificamente, 18% discordavam com a posição da igreja em relação a questões políticas e sociais; 17% disseram que só iam à igreja para agradar a outras pessoas; e 16% disseram que não queriam mais ser identificados com a igreja ou com qualquer religião organizada.
A razão pela qual muitos jovens abandonam a igreja depois do ensino médio é porque a sua fé não era pessoalmente significativa para eles. Em outras palavras, eles não tinham uma fé verdadeira. A igreja não havia se tornado algo valioso em suas vidas – algo que impactasse a sua maneira de viver, de se relacionar e amadurecer. Talvez, a igreja fosse algo que os pais queriam que eles frequentassem. Eles podem ter crescido na igreja e talvez sofreram pressão dos pais ou colegas para se envolverem; mas não se tratava de uma fé pessoal e verdadeira.
Independentemente da exatidão dos números, o fato é que muitos e muitos jovens cedem aos apelos da carne e da sociedade em uma época crucial, justamente quando estão para tomar decisões que se refletirão por toda a sua vida. Não se pode tratar os jovens como crianças. Precisamos prepará-los para os desafios espirituais que virão e as questões de fé que precisarão enfrentar. A fé pessoal e verdadeira leva à transformação de vida e ao compromisso – para toda a vida. (Tradução: Julia Ramalho)
Ed Stetzer é missionário, escritor, professor e supervisor de LifeWay Insigths, divisão do ministério LifeWay